1) O boato tem íntima relação com a paranoia. Ao mesmo tempo em que nega sua origem, postulando um nascimento anônimo, o boato precisa guardar algumas marcas de legitimidade durante seu percurso. O boato circula com densidades muito diversas. Os alemães atacarão pela manhã. Ela tem um amante. O boato está dentro e fora, simultaneamente. Ele leva consigo elementos do "possível" para melhor desvirtuá-lo, podendo negar sua tangibilidade ao menor sinal de confronto. Hamlet não seria possível sem o boato. Não é à toa que Lacan tenha ido aos registros de seu seminário para apagar a fala e colocar "(...)" no lugar: é no arquivo que o boato ganha feições definidas e, portanto, morre.
2) Severino Di Giovanni (1901-1931), militante anarquista italiano perseguido pelo fascismo, chegou a Buenos Aires em 1923 a bordo do vapor Sofia, na última grande leva de imigrantes italianos aportados na Argentina antes da Segunda Guerra Mundial. Foi florista, professor autodidata, tipógrafo, linotipista, operário e, sobretudo, agitador, tendo vivido na clandestinidade a maior parte de sua curta existência. Partidário da ação violenta, foi preso, torturado pela polícia do ditador Uriburu e condenado à morte. Entre os jornalistas presentes à sua execução estava Roberto Arlt, que retratou a cena na crônica "He visto morir...", publicada em El mundo e incluída em Aguasfuertes porteñas. Enterrado na calada da noite por ordem das autoridades, seu túmulo no cemitério de Chacarita amanheceu coberto de rosas vermelhas.
2) Severino Di Giovanni (1901-1931), militante anarquista italiano perseguido pelo fascismo, chegou a Buenos Aires em 1923 a bordo do vapor Sofia, na última grande leva de imigrantes italianos aportados na Argentina antes da Segunda Guerra Mundial. Foi florista, professor autodidata, tipógrafo, linotipista, operário e, sobretudo, agitador, tendo vivido na clandestinidade a maior parte de sua curta existência. Partidário da ação violenta, foi preso, torturado pela polícia do ditador Uriburu e condenado à morte. Entre os jornalistas presentes à sua execução estava Roberto Arlt, que retratou a cena na crônica "He visto morir...", publicada em El mundo e incluída em Aguasfuertes porteñas. Enterrado na calada da noite por ordem das autoridades, seu túmulo no cemitério de Chacarita amanheceu coberto de rosas vermelhas.
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