2) Hofmann não percorre a casa, mas consegue perceber dois ou três cômodos (em duas ou três direções da casa) à meia-luz, cada um deles com uma mesa de trabalho – sobre cada mesa uma luminária e uma máquina de escrever; cada uma das máquinas (duas ou três?) com uma folha de papel escrita até a metade (a visita que Hofmann faz à casa de Koeppen evoca aquela que o narrador de Sebald (Anéis de Saturno) faz à casa de outro tradutor, Michael Hamburger, que deve ter ocorrido mais ou menos na mesma época – início da década de 1990).
3) A parte mais fascinante do prefácio é quando Hofmann fala da juventude de Koeppen, de seus anos em Berlim durante a década de 1920 e sua presença no círculo de Joseph Roth no Romanisches Café (autor que Hofmann está começando a traduzir nessa época). Roth sempre me pareceu tão remoto e inacessível, escreve Hofmann, até o momento em que me sentei na companhia desse escritor que foi seu jovem colega! (a cena faz pensar naquela de Barthes na Câmara clara, quando fala dos “olhos que viram o Imperador” - ou seja, a fotografia do irmão mais novo de Napoleão).
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