quarta-feira, 10 de março de 2010

Livros de ensaios

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Como é difícil escrever um bom ensaio. Envolve um ritmo característico, uma cadência na emissão de julgamentos pessoais, citações, paráfrases. O bom dos ensaios são as informações biográficas e as descobertas editoriais: aquela tentativa de suicídio na juventude, aquele primeiro volume de contos publicado do próprio bolso, as alterações de uma edição para a outra. Um bom ensaio posiciona as próprias lacunas, porque sabe que não pode dizer tudo. Ao posicionar as próprias lacunas, o bom ensaio garante a própria continuidade, porque sabe que será lido, relido e expandido pelo leitor forte (ou desleitura do leitor forte, como quer Harold Bloom).
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Os melhores livros de ensaios lidos nos últimos tempos:

1) Profanações, Giorgio Agamben.
2) Questão de ênfase, Susan Sontag.
3) O fio e os rastros, Carlo Ginzburg.
4) O último leitor, Ricardo Piglia
5) Inner workings, J.M. Coetzee
6) Pequeno manual de procedimentos, César Aira
7) Sob a invocação de São Jerônimo, Valery Larbaud.
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