É impossível pensar em Joseph Conrad sem pensar no mar, nas embarcações e suas viagens - seu ambiente por excelência. Jean Echenoz foi muito habilidoso, em Ravel, ao fazer seu protagonista ler justamente um romance de Conrad enquanto atravessava o oceano de navio - assim como fez Thomas Mann em 1934 com o Dom Quixote. Penso também em outro polonês - a viagem de Gombrowicz à Argentina em 1939, a bordo do Chrobry, experiência que está em seu romance de 1953, Trans-Atlantyk. E Roger Caillois, que faz no mesmo ano o mesmo trajeto, mas partindo de Cherbourg. Um pouco antes, em 1918, Marcel Duchamp também pegava um navio em direção a Buenos Aires, o Crofton Hall. Borges, que nessa época morava em Genebra, escreve o seguinte em seu Ensaio autobiográfico: "Em consequência da guerra, não fizemos outras viagens, exceto aquela à Itália e excursões dentro da Suíça. Em pouco tempo, desafiando os submarinos alemães e em companhia de apenas quatro ou cinco passageiros, minha avó inglesa juntou-se a nós".
Há 12 horas
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