Breve trecho das pernas de Susan Sontag sob sua mesa de trabalho |
2) O método onívoro sempre esteve com ela, desde muito cedo - talvez uma tentativa de estar sempre armada, sempre preparada para qualquer situação, para qualquer lugar (mudanças foram comuns na infância). Nos ensaios de Contra a interpretação, por exemplo, livro que reúne seus escritos do ínicio da década de 1960, é difícil encontrar algum que não comece com o estabelecimento de uma lista rigorosa daquilo que o artista em questão produziu até o momento. Isso acontece quando Sontag escreve sobre Cesare Pavese, Robert Bresson, Godard, Resnais, Camus e, como apontado anteriormente, também em seu texto sobre Claude Lévi-Strauss, "O antropólogo como heroi".
3) Sontag não é digressiva, muito pelo contrário: ela estabelece um campo sólido de referências a partir das quais pode levantar suas hipóteses e marcar seus juízos (parte do apelo de seus ensaios está justamente em suas frases diretas, como "A grande arte da reflexão não é frígida", ou "A maior parte da produção intelectual de nosso tempo luta com o sentimento do desamparo"). Método que ela encontra também em Lévi-Strauss, e que comenta em seu ensaio. E, ao mencionar Freud (e também Marx) como referência para Lévi-Strauss, Sontag também indiretamente reforça sua própria filiação, acrescentando mais uma camada a essa conturbada mescla de autobiografia, formação estética e reflexão filosófica que abarca não só a escrita dos diários, mas a relação destes com os ensaios que ela escrevia na mesma época.
3) Sontag não é digressiva, muito pelo contrário: ela estabelece um campo sólido de referências a partir das quais pode levantar suas hipóteses e marcar seus juízos (parte do apelo de seus ensaios está justamente em suas frases diretas, como "A grande arte da reflexão não é frígida", ou "A maior parte da produção intelectual de nosso tempo luta com o sentimento do desamparo"). Método que ela encontra também em Lévi-Strauss, e que comenta em seu ensaio. E, ao mencionar Freud (e também Marx) como referência para Lévi-Strauss, Sontag também indiretamente reforça sua própria filiação, acrescentando mais uma camada a essa conturbada mescla de autobiografia, formação estética e reflexão filosófica que abarca não só a escrita dos diários, mas a relação destes com os ensaios que ela escrevia na mesma época.
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