Em algumas cartas recém-publicadas, Markson retoma e retorna ao tema da mortalidade de forma bastante insistente - o tema do vanishing point, do momento de desaparição material do escritor, mais uma forma de se reportar, ainda que de forma enviesada, à tradição literária (pense no estilo tardio em Edward Said, Todorov, Goya; nas reflexões sobre mortalidade e sabedoria no Caminhante de Rousseau; em Dostoiévski diante do pelotão de fuzilamento; e como não pensar no câncer de Zuckermann (esse animal agonizante, esse fantasma que sai de cena), ou em Coetzee fazendo um retrato póstumo de John Coetzee - para lá do vanishing point, portanto - em Verão). Numa carta de 09 de agosto de 2006, Markson fala de seu câncer na próstata; na de 05 de setembro, de sua artrite e dos compromissos que teve de cancelar por conta dela - "apenas mais uma das 97658 subdivisões do doente em velho, cansado, doente, etc" (Laura Sims, Fare Forward: Letters from David Markson, NY: PowerHouse Books, 2014, p. 76-79).
Velazquez was in the employ of Philip IV for almost forty years.I am utterly crushed, wrote the king in the margin of a document dealing with his dead. (Vanishing Point, p. 188).
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