1) O livro é Todo o ferro da Torre Eiffel, do escritor italiano Michele Mari - uma ficção quase na margem do fantástico que toma como personagem Walter Benjamin e suas peripécias pela Paris de 1936. Mari é competente com os detalhes - os nomes e endereços das passagens da cidade, as datas das mortes de figuras históricas, etc -, mas aquilo que é realmente interessante em seu livro é sua capacidade de transformar nomes conhecidos em pessoas de carne e osso, criando cenas do cotidiano com uma ternura notável.
2) Benjamin segue uma dica de Horkheimer e vai procurar Bloch - que mora na rue de l'Épée 84. "Gostaria de falar com o senhor Bloch", diz Benjamin ao homem que entreabre a porta. "Sou eu", ele responde. "O senhor não é Bloch", responde Benjamin. "Claro que sou". Surpreso, Benjamin diz: "Como eu poderia não reconhecer um amigo? O senhor nem é alemão, e Bloch é muito alemão, mesmo que não do tipo dominante". O Bloch do outro lado da porta lhe diz: "Sou francês, muito francês - posso saber de que Bloch o senhor está falando?". "De Ernst Bloch, filósofo", responde Benjamin. "Ah, então agora está tudo claro: eu sou Marc Bloch, historiador".
3) Depois de conversarem a noite inteira, Marc Bloch convida Bloch a dormir em sua casa. "Dormem lado a lado", escreve Mari, "com as cobertas levantadas até cobrir o nariz: vistos assim, pareciam os irmãos de uma fábula".
2) Benjamin segue uma dica de Horkheimer e vai procurar Bloch - que mora na rue de l'Épée 84. "Gostaria de falar com o senhor Bloch", diz Benjamin ao homem que entreabre a porta. "Sou eu", ele responde. "O senhor não é Bloch", responde Benjamin. "Claro que sou". Surpreso, Benjamin diz: "Como eu poderia não reconhecer um amigo? O senhor nem é alemão, e Bloch é muito alemão, mesmo que não do tipo dominante". O Bloch do outro lado da porta lhe diz: "Sou francês, muito francês - posso saber de que Bloch o senhor está falando?". "De Ernst Bloch, filósofo", responde Benjamin. "Ah, então agora está tudo claro: eu sou Marc Bloch, historiador".
3) Depois de conversarem a noite inteira, Marc Bloch convida Bloch a dormir em sua casa. "Dormem lado a lado", escreve Mari, "com as cobertas levantadas até cobrir o nariz: vistos assim, pareciam os irmãos de uma fábula".
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