No célebre ensaio sobre autobiografia (as de-facement), Paul de Man sugere que a morte "preside na casa da autobiografia", pois o que está em jogo no impulso autobiográfico é o recalcamento da presença plena, da possibilidade de ligar o autor ao indivíduo sem sobras, sem restos. Eis novamente o vanishing point de David Markson, a autobiografia como vanishing point, o autor como aquele que conta a própria vida a partir dos livros que leu, como sugeriu Ricardo Piglia.
Selah, which marks the ends of verses in the Psalms, but the Hebrew meaning of which is unknown.
And probably indicates no more than pause, or rest.
Why does Author wish it implied more - or might stand for some ultimate effacement, even? (p. 178).
Junto com Paul de Man, Markson também trabalha em direção a um enfraquecimento da autoridade transcendente do autor, e o faz a partir de uma superexposição dessa autoridade (algo que alcança justamente com esse frenesi da citação, em que a inventividade tradicional - "autoritária" - é recusada em favor da montagem, da justaposição e da coleção).
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