Cioran desprezava os especialistas. Para ele, somente os obcecados eram suficientemente "limitados" para oferecerem um "verdadeiro eu"; um assunto, uma carreira ou um interesse imediatamente identificáveis. Em seu breve texto sobre Roger Caillois (Exercícios de admiração), Cioran faz questão de frisar a importância de um pensamento que tenda mais para o fragmento do que para o sistema - e na obra de Caillois ele percebe um crescente "horror às construções compactas", que soterram o risco do pensamento sob a placidez do conhecimento positivo. Em Caillois, escreve Cioran, a singularidade emerge através da variedade de temas (poesia, jogo, dança, psicanálise, mito), pois cada elemento da montagem leva consigo o desejo que o configurou.
Há uma hora
Já tava fazendo falta. Se bem que o "Conversas Apócrifas..." é bem o que eu imaginava que o blog poderia gerar e melhor. Parabéns.
ResponderExcluirObrigado, Marcus.
ResponderExcluirÉ sempre difícil manter a regularidade (escrever é sempre um esforço), mas o blog não pode morrer.