Na Serrote de número 7, há um texto de Lucian Freud, o pintor nascido na Alemanha (1922) e radicado na Inglaterra, neto de Sigmund Freud, um texto escrito em 1954, ano em que Freud representou a Inglaterra na Bienal de Veneza. E neste texto Freud escreve que um segredo é revelado a qualquer um que olhar o quadro com a mesma intensidade com que ele foi concebido. É basicamente o mote daquela linda cena inicial de O túnel, de Sabato, em que Juan Pablo Castel está expondo seu quadro "Maternidade", em 1946, e aparece María Iribarne Hunter, a mulher que ele matará e que olha seu quadro, fascinada. Castel afirma que ela foi a única a reparar num detalhe que, para ele, era fundamental: uma cena vista por uma janela, no alto do quadro, à esquerda. O detalhe macabro é que, para Sabato, só há uma alternativa depois que o segredo é revelado e passa a ser compartilhado entre quem concebe a obra e quem a olha, e essa alternativa é a morte.
Há 29 minutos
"Un niño que mira la cara de su madre, tiene de ella una visión totalmente distinta de la de los otros. No hablo del alma sino de los rasgos del conjunto. El niño ve de muy cerca el rostro materno, conoce un detalle y nada más, un costado pero no el otro; y a su manera es como Picasso ve los rostros, la cabeza y el cuerpo; como un niño el de su madre". G. STEIN
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