quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Thomas Bernhard, poema


THOMAS BERNHARD

Dediquei-lhe um poema, há mais

de dez anos, para o qual certamente

se estaria nas tintas, se o lesse. É

um dos raros escritores que conseguiu

a difícil lucidez de detestar a pátria, essa

obrigatória e durável fonte de equívocos

e mal-entendidos. Por isso

ele gostava de passar temporadas

em Portugal, não pelo mar, nem

pela comida, nem pelos modos

amigáveis para turistas, mas sim

porque podia escutar uma língua

sem ter de entendê-la.

Inês Lourenço. Logros consentidos. Lisboa: &etc, 2005, p. 42.

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