Sob a aparente desordem da cidade tradicional, existe, nos lugares em que ela funciona a contento, uma ordem surpreendente que garante a manutenção da segurança e a liberdade. É uma ordem complexa. Sua essência é a complexidade do uso das calçadas, que traz consigo uma sucessão permanente de olhos. Essa ordem compõe-se de movimento e mudança, e, embora se trate de vida, não de arte, podemos chamá-la, na fantasia, de forma artística da cidade e compará-la à dança - não a uma dança mecânica, com os figurantes erguendo a perna ao mesmo tempo, rodopiando em sincronia, mas a um balé complexo, em que cada indivíduo e os grupos têm todos papéis distintos, que por milagre se reforçam mutuamente e compõem um todo ordenado. O balé da boa calçada urbana nunca se repete em outro lugar, e em qualquer lugar está sempre repleto de novas improvisações.
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Jane Jacobs. Morte e vida de grandes cidades.
Tradução de Carlos Rosa.
Martins Fontes, 2009, p. 52.
Tradução de Carlos Rosa.
Martins Fontes, 2009, p. 52.
Além da dança,há o drible... paradinha ...correr paraser lançado ...
ResponderExcluirPara mim muitas vezes a cidade que está é muito melhor do que a cidade que sonho ... tem mais supresas
É verdade!
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