conde de Oxford |
1) No mesmo parágrafo, ainda falando do nome de Shakespeare dentro da biblioteca - no capítulo 9 do Ulisses -, Stephen Dedalus comenta: Like John O'Gaunt his name is dear to him, as dear as the coat of arms he toadied for, on a bend sable a spear or steeled argent, honorificabilitudinitatibus, dearer than his glory of greatest shakescene in the country. What's in a name? That is what we ask ourselves in childhood when we write the name that we are told is ours.
2) O que há, portanto, nesse nome que vem desde a infância e que frequentemente precede até mesmo o nascimento, pergunta Dedalus (no contexto complexo da identidade de um poeta que ao longo dos séculos foi confundido com tantos outros - e Joyce, no mesmo capítulo 9, faz uma palavra-valise com algumas das identidades de Shakespeare: When Rutlandbaconsouthamptonshakespeare or another poet of the same name in the comedy of errors wrote Hamlet...). Freud era um que acreditava que a obra de Shakespeare tinha sido escrita pelo conde de Oxford.
3) A escrita do nome é a progressiva assimilação de algo que é, ao mesmo tempo, o mais íntimo e o mais estranho - signo simultâneo de uma coerção (a imposição de uma identidade) e de uma libertação (começar a vida, começar a escrita). Lembro de Elias Canetti, o primogênito Elias de três irmãos, que no primeiro volume das suas memórias conta que tem o nome do avô paterno, o mesmo avô que amaldiçoou seu filho (o pai de Canetti) quando ele quis sair da Bulgária e partir para Londres - um ano depois, ele - o pai de Canetti, esse jovem que passou pelo mundo para unir esses dois Elias Canetti - morria de um ataque súbito do coração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário