1) Amalfitano nasce já sob o signo da guerra, da guerra mundial, da Segunda Guerra Mundial. Amalfitano nasceu em 1942, escreve Bolaño em Los sinsabores del verdadero policía, em Temuco, Chile, o dia em que os nazistas lançaram sua ofensiva no Cáucaso.
2) Diante da Nova Direita Italiana, Amalfitano faz um discurso que é inicialmente tomado como homenagem e, logo em seguida, apreendido em toda sua ironia e sarcasmo - alguns se deram conta que ele estava de sacanagem e começou a bateção de pés e os gritos [se dieron cuenta de que era una tomadura de pelo y comenzaron los pataleos y los gritos].
3) Amalfitano finaliza seu discurso invocando o sangue derramado na guerra, irredimível. Fazendo eco à linguagem burocrática - talvez para melhor salientar seu absurdo -, Amalfitano só fala das divisões, das brigadas, das campanhas. Por trás das brigadas, os corpos - e assim Amalfitano arma seu teatro: primeiro como tragédia, depois como farsa.
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