As benevolentes, Jonathan Littell: Li “As benevolentes” entre meu aniversário e o Natal, mesmo período no qual li “2666”, um ano antes, em 2008. Os melhores livros nesse espaço de tempo, junto com “Summertime”, “Austerlitz” e “O ano do pensamento mágico”.
Um louco sonha a máquina universal, Janna Levin: Curiosa e criativa ficcionalização da história, feita por uma professora de astrofísica. Mistura Wittgenstein e Kurt Godel, II Guerra, teorias matemáticas – uma linha Literatura & Ciência, como em “A criança no tempo” e “Não me abandone jamais”.
Valfierno, Martín Caparrós: Excelente livro, fala da Monalisa em chave duchampiana: conta a história (“real”) do argentino que, em 1912, roubou a Gioconda do Louvre e vendeu seis cópias para ricaços otários nos EUA.
Contra o Brasil, Diogo Mainardi: Livro hilário de uma das figuras mais relevantes de nosso tempo. Nada mais é que uma compilação das melhores frases ditas sobre o Brasil por uma infinidade de pessoas que passaram por aqui, de estudiosos holandeses do Seiscentos até escritores modernos, tais como: Elizabeth Bishop, John dos Passos, Albert Camus, Giuseppe Ungaretti, Evelyn Waugh (!). Só faltou o Faulkner. Sério, esse livro é imperdível. Vença seus preconceitos! Não seja tão brasileiro!
A literatura vista de longe, Franco Moretti: Uma percepção bem diferente (da minha, por exemplo) da literatura. Interessante, claro, amplia a cabeça da gente. Bastante funcionalista e esquemático. Quantitativo, também. Usa gráficos e tabelas, dados brutos. Vale a pena conferir.
Las conversaciones, César Aira: Show de bola e gol de placa, para usar termos de um tio meu. Um sujeito com insônia narra a conversa que teve durante o dia com um amigo. Falaram de um filme que ambos haviam visto na noite anterior, cada um em sua casa. Só que cada um deles viu pedaços que o outro não viu, o que deflagra um jogo pitoresco de atribuições errôneas e teorias midiáticas. Tony Gilroy deveria ler este livro.
História, arte, cultura: de Aby Warburg a Carlo Ginzburg, José Emilio Burucúa: Esse é teórico. Bem bacana, faz um percurso que abarca as principais realizações críticas no campo da história da arte, partindo de Warburg, o alemão que passou um tempinho com os índios Hopi nos EUA em 1890 e poucos, juntou muitos livros ao longo da vida, passou uns anos no sanatório (1920, 21, por aí) e gerou o Instituto Warburg, agora em Londres, que já abrigou vários grandes nomes do pensamento contemporâneo, entre eles Agamben e Ginzburg (e Panofsky, Gombrich, etc).
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