domingo, 30 de janeiro de 2011

Como é pouco

Como é pouco o que logramos conservar na memória, como tudo cai constantemente no esquecimento com cada vida que se extingue, como o mundo por assim dizer se esvazia por si mesmo, na medida em que as histórias ligadas a inúmeros lugares e objetos, por si sós incapazes de recordação, não são ouvidas, não são anotadas nem transmitidas por ninguém.

Sebald, Austerlitz, p. 28.
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1) Alguém precisa fazer alguma coisa, nem que seja com décadas de atraso, diz Sebald.
2) Essas fotos não são minhas, essas histórias não são minhas, mas agora são.
3) Não é que ele marque esses objetos com sua assinatura - eles são montados e depois somem.
4) Como no fluxo de Danúbio, de Claudio Magris - uma escavação quase aleatória.
5) Como essas histórias atípicas que colecionava Bruce Chatwin.
6) Gombrowicz transformado em Tardewski, transformado em Kurtz, transformado em Utz.
7) A miniaturização é a cifra da história - condensação e deslocamento dos traumas da memória.
8) A coleção de brinquedos de Walter Benjamin.

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