Aleksandar Hemon oferece de tudo: piadas sobre imigrantes; piadas sobre judeus; piadas sobre americanos puritanos; jogos intraduzíveis de palavras; fotografias de arquivo no meio da narrativa; exemplos minuciosos de como a escrita nada tem a ver com intuição, da quantidade de trabalho e angústia por trás de uma página pronta; como é chato quando sua mulher não dá bola quando você começa a borbulhar 250 palavras por minuto acerca de seus planos mais recentes para o próximo livro; infância de filho único; infância com irmão pequeno; fissuras ontológicas provocadas pelo deslocamento geográfico; mergulhos vertiginosos no arquivo obscuro da história; volteios formais; futebol; subempregos; todas aquelas miudezas domésticas que impedem o sujeito de sentar e escrever; escombros e ruínas de cidades centenárias; objetos cotidianos (brinquedos, abajures, sapatos) transformados em cifras da história; festas de família; execuções; instalações insalubres no Leste Europeu; neve; camponeses; sopa de legumes; autodidatas; intolerância religiosa; acaso; avós senis que saem do torpor abruptamente revelando verdades subterrâneas e incontornáveis; criação de abelhas; anarquistas; anacronismos deliberados; atribuições errôneas; taxistas ucranianos; dias em que tudo dá certo/errado, etc.
Há uma hora
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