De qualquer forma, não fica claro se o suicídio de José Luis Ríos Patrón diante de María Esther Vázquez aconteceu antes ou depois da moça ter conhecido Borges. Edwin Williamson não conseguiu estabelecer a cronologia dos fatos, embora escreva que María Esther, abalada pelo fato, "abandonou seu emprego na Biblioteca Nacional" e, bastante doente, foi passar uns tempos na Europa. Quando voltou, "retomou seu contato com Borges". Williamson deixa nas entrelinhas que foi justamente a história trágica de María Esther que teria despertado o interesse de Borges - claro, nada mais livresco do que um suicídio passional diante da amada. Além disse, Williamson liga a María Esther um dos primeiros momentos em que Borges vai contra a vontade de sua onipresente mãe (Leonor Acevedo Suárez, que viveu até os 99 anos): Borges teria preferido realizar uma viagem à Europa, em 1964, com María Esther e não com sua mãe. Uma vez na Europa (Borges havia sido convidado para falar no Congrès pour la Liberté de la Culture, em Berlim), uma das missões de María Esther (além das corriqueiras: ler, escrever, responder, guiar a mão de Borges para os cumprimentos) foi acompanhar Borges até a costa do mar Báltico - lá, Borges ajoelhou-se na areia e declamou versos sobre os Vikings. Foi nessa viagem que Borges e María Esther criaram a proximidade necessária para os dois livros que viriam - sendo um deles aquele que Compagnon fez referência.
Há 3 horas
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