quarta-feira, 20 de maio de 2009

A cruzada das crianças.




Paul Valéry, poeta-crítico francês (1871-1945), muito apreciado por Borges & outros, principalmente por seu apuro na linguagem & sofisticação nos juízos críticos (dono de frases como "o leão é o carneiro assimilado" e "nunca se termina um livro; ele é abandonado" - a primeira utilizada por Silviano Santiago, a segunda por Vila-Matas), dedicou aquele que parece ser seu principal ensaio, ''Introdução ao método de Leonardo Da Vinci'', a Marcel Schwob -

__________________________outro francês, (1867-1905), autor de ''Vidas imaginárias'', traduzido pela 34, com prefácio de Borges, que também gostava muito deste outro francês - utilizado também por Vila-Matas, pela ficcionalização que Schwob fez de vidas reais, como faz Tabucchi, "Sonhos de sonhos" - E Valéry muito poetizou as crianças, como serpentes que se enrolam, ou ainda ouriços, que andam e falam ao mesmo tempo ("Poesia e pensamento abstrato"), próximas da vida plena e da morte plena (o inanimado, o não-ser) AO MESMO TEMPO: a criança sobrepõe os dois momentos, morte e vida. E Schwob escreve esse livro, A CRUZADA DAS CRIANÇAS - missões católicas de vários países na época das Cruzadas, que enviaram centenas e centenas de crianças, em uma procissão absurda rumo à Terra Santa, para que esta fosse reconquistada, para que Deus olhasse seus pequenos e -

__________________________ libertasse Jerusalém dos árabes malvados. Nenhuma criança chegou em Jerusalém, nenhuma criança voltou para casa.

2 comentários: