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Saul Bellow conta, em um texto sobre seus anos em Paris, um dos encontros que teve com Arthur Koestler pelas ruas da cidade. Bellow estava com seu filho pequeno, Koestler estava sozinho. Bellow conta que a surpresa de Koestler foi dupla: 1) ele tinha um filho (e pequeno, ainda por cima - algo em torno de 4, 5 anos); 2) ele havia levado o filho para morar com ele em Paris. Bellow afirma que, para Koestler, poucas coisas poderiam ser mais estranhas que um filho - especialmente um filho em Paris, em uma viagem que se pretendia literária, cultural. Bellow não leva a surpresa de Koestler muito a sério. Ou ainda: com o passar dos anos, distante de Paris e distante daquele encontro, escrevendo sobre o acontecimento, tenha decidido não levar muito a sério a mensagem de Koestler: sinto muito, amigo, mas você não vai conseguir aproveitar Paris com esse pestinha a tiracolo. Bellow estava escrevendo Henderson, o rei da chuva, que é dedicado a seu filho.
Há 7 horas
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