Em 1947, Jean-Jacques Pauvert começa a editar as obras completas do Marquês de Sade. Em 1956, é intimado a comparecer diante da Justiça Francesa para responder a um processo de atentado contra a moral. Depois do resultado favorável, é o próprio Pauvert quem publica, em 1957, um relatório do processo, uma espécie de resumo do percurso sadiano até então: L'Affaire Sade. Paris: Pauvert, 1957. Além do próprio editor, a defesa valeu-se dos testemunhos de André Breton, Jean Cocteau, Jean Paulhan e Georges Bataille que, de distintas perspectivas, confirmaram a importância da obra sadiana para o conhecimento mais profundo da condição humana. No ano de publicação do affaire Sade, 1957, completavam-se exatos cem anos de dois outros processos envolvendo escritores: Baudelaire, com as Flores do mal, que foi condenado e teve de pagar multa, e Flaubert, com Madame Bovary, que foi absolvido.
Interessante. Não sabia que Flaubert havia sido absolvido. Nem que Flores do Mal tinha levado processo. Flores do Mal, aliás, mal consegui terminar de ler, indicação do amigo Refrator.
ResponderExcluirGostei muito do teu texto na Folha Ilustrada, sobre as influências do leitor comum. Se o leitor comum tivesse um blogue como esse, haja credibilidade! Mas não é a relaidade que enfrentamos. Ou talvez eu tenha lido os blogues errados até hoje. Se o leitor comum é o novo crítico literário, desfrutará de um público robusto (em número) e padecerá de um descrédito jamais visto.
Até,
Michelle
Obrigado pela leitura e pelo comentário, Michelle. Volte sempre.
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