2) A categoria faz homenagem ao filme de Roberto Rossellini, Germania anno zero, de 1948. Além dos livros de Ernesto de Martino e de Adorno/Horkheimer, Ginzburg faz referência às teses sobre o conceito de história, de Walter Benjamin, Apologia da história, de Marc Bloch, Une histoire modèle, de Raymond Queneau, Paura della libertà, de Carlo Levi, "todos escritos nos anos 40", escreve Ginzburg, e continua: "A ameaça de uma possível vitória do nazismo gerou o impulso para repensar a história desde as raízes, ou - no caso de Bloch - a repensar desde as raízes os objetivos e limites do conhecimento histórico" (p. 202).
3) Queneau escreve seu livro durante a ocupação nazista da França ("C'est en juillet 1942 que j'ai commencé d'écrire..."), mescla de diário íntimo e ensaio historiográfico que rumina os modelos de "eterno retorno" de Vico, Hegel e Nietzsche; Carlo Levi começa a escrever Paura della libertà entre 1939 e 1940, sorte de ensaio-romance, reflexão histórico-filosófica-antropológica sobre o fascismo e a guerra (na década de 1970, quando comenta o livro de Levi em Quaderni storici, Ginzburg faz referência à segunda edição, de 1975, que sai logo após a morte do autor; em 2018, que é também o ano que indica Ginzburg como aquele da última revisão de seu ensaio sobre Ernesto di Martino, a editora Neri Pozza lança uma terceira edição do livro de Carlo Levi, agora com uma introdução de Giorgio Agamben).